Mas há muitos mais, cerca de 140, entre os quais: Tango, Franklin, Alberto, Maria Vitória, Marceneiro, Viana, Bailado, Carriche, Pierrot, Pinóia, Porto ou Zé Grande. Apesar da variedade de tipos de fado, a sua estrutura tem sempre por base os primitivos mas com pequenas alterações.
A várias formas de interpretar o fado, mas a mais vulgar é em trio, um fadista, um guitarrista, e um violinista. O fadista de pé e os outros dois sentados.
Fado de Coimbra
Em Coimbra, o fado teve, desde sempre um estilo mais elevado e romântico, a que não será estranho o facto da cidade possuir desde 1290, uma comunidade estudantil. É natural que uma herança, invisível mas significativa do ponto de vista histórico e cultural, tenha contribuído para dar ao fado um carácter erudito e uma auréola mais romântica.
Coimbra, ao contrário de Lisboa, não possui porto e terá sido a sua posição geográfica que, em conjunto com uma forte tradição cultural de origem monástica e universitária, terá decididamente contribuído para a forma específica do fado de Coimbra – o fado de Coimbra é uma síntese de vários elementos que inclui música tradicional trazida por estudantes das várias regiões do país.
O uso da guitarra portuguesa em Coimbra, originou uma prática instrumental muito rica que a tornou num instrumento único na música popular de expressão urbana.
Para isso, muito contribuíram, Artur Paredes e o seu filho Carlos Paredes que se podem considerar como os grandes responsáveis pela evolução da guitarra em Coimbra.
A rebeldia de Artur Paredes permitiu-lhe uma abordagem muito mais agressiva, dramática e sofisticada. Paredes reinventou e reconstruiu literalmente o referido instrumento com vista a possibilitar um ataque mais forte das notas, cadências mais longas e sons mais complexos e assertivos.
Carlos Paredes criou novas melodias e tornou a guitarra portuguesa num instrumento de concerto, tocando com músicos de jazz tal como Charlie Haden, entre outros.
Adriano Correia de Oliveira na musica de António Portugal.
Coimbra foi na década de 50 até ao 25 de Abril de 1974, solo fértil de germinação dos ideais de Liberdade. A prová-lo temos todas as lutas estudantis, sobretudo as que tiveram lugar entre 1962 e 1969, a riqueza cultural da Universidade de Coimbra e a intensidade da vida que atravessou todas as repúblicas da cidade neste período.

Em Portugal é costume os estudantes trajarem com um fato e uma capa grossa, negros e é assim que se canta o fado em Coimbra. O mais conhecido dos fados de Coimbra é “Coimbra é uma canção”, que teve um êxito assinalável em toda a Europa.
Fado de Lisboa

As melhores casas de fado encontram-se nos bairros típicos de Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa. Tem como característica fundamental o cantar com tristeza e com sentimento mágoas passadas e presentes, mas também pode contar uma história divertida e com ironia.
O homem que canta o fado, fá-lo normalmente de fato escuro. A mulher canta vestida de negro, de xaile aos ombros e com voz lamentosa.
Este modo de cantar espelha o espírito do povo lisboeta: a crença no destino como algo definido à priori e ao qual não podemos escapar, o domínio da alma e do coração sobre a razão, que levam a actos de paixão e desespero e que se traduzem num lamento tão negro quanto belo.
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