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terça-feira, 15 de março de 2011

Cuca Roseta (Especial)

Isabel Roseta, mas titulada por Cuca Roseta, de 29 anos. Esta tinha 18 anos quando teve o “encontro tardio” com o fado. Estudava psicologia e cantava por “hobby” em bandas de rock e pop.”Quando acabei o curso e entrei para o clube de Fado é que comecei a perceber que queria fazer dele vida e que seria maravilhoso se assim fosse”. “Acho que é o meu destino”, desabafa. À sua grande referência é a Amália Rodrigues, mas Cuca junta os seus ídolos Alfredo Marceneiro e Lucília do Carmo. Ana Moura e Camané são os que mais admira entre os fadistas da actualidade. Cuca lamenta que o fado seja mal divulgado, sobretudo pelas rádios destinadas aos jovens. “Bastaria uma ponte para os adolescentes conhecerem esta música. Porque quando a conhecerem apaixonam-se”.
        Agora a Cuca Roseta, vai lançar o seu primeiro álbum agora dia 21 de Março, em Lisboa.
        Quanto ao Fado, estar seleccionado para o estatuto de Património Imaterial da UNESCO, Cuca diz “ Merece-o, sem dúvida. É mágico, tem qualquer coisa de inexplicável”.

sábado, 5 de março de 2011

Deolinda na revista “Noticias Magazine”

No passado dia 16 de Janeiro de 2011, a revista “Noticias Magazine” continha um artigo sobre grupos portugueses que cantam “em português e sem medo”, grupos “que passaram a olhar para o seu país como ele é e como ele era, de facto, interessante e diferente”.

Grupos como os “B Fachada” ou “Os Golpes” foram entrevistados e afirmaram que não se envergonham por recuperarem as tradições portuguesas e de cantarem em português. Assim, estes grupos regressam às origens, fazendo referências à cultura e às tradições portuguesas, sendo que os Deolinda não são excepção, visto que se inspiraram no fado e nas suas origens tradicionais.

O grupo afirmou que quando o projecto se iniciou, sentiram alguns preconceitos por parte do público, que não estava ainda preparado para ouvirem as suas canções, admitindo também que o próprio grupo por vezes também teve estes mesmos preconceitos. Só quando descobriram os grandes trabalhos criados na música portuguesa, como os de José Afonso e dos Heróis de Mar, é que perceberam que tinham imensas referências.
«Achámos por bem que o trabalho do nosso grupo fosse algo descomplexado, que tivesse um olhar para com a música portuguesa também descomplexado», referiram os Deolinda.

Segundo o grupo, a globalização é inevitável e só podemos descobrir quem somos, ao olharmos para trás e observarmos a nossa cultura. Até à década de 90, a música tinha uma forte influência da cultura anglo-saxónica, até em Portugal. Mesmo assim, não quer dizer que isto não era música portuguesa, e no fundo, andam à procura deles próprios e, é isto que os anos 90 foram para os Deolinda.

Veja ou reveja, o vídeo da música "Fado Toninho", lançado pelos Deolinda em 2008, pertencente ao álbum "Canção ao Lado". 

terça-feira, 1 de março de 2011

Agenda Cultural - Março


Mariza

A 16 de Dezembro de 1973 nasceu em Moçambique uma grande fadista. Aos 3 anos de idade Mariza chegou a Portugal, influenciada pelas sonoridades de um dos bairros mais populares de Lisboa. Foi na mouraria que ouviu os primeiros fadistas e se apaixonou por este género. Papel influente desempenhou também seu pai que sempre a apoiou desde os 5 anos de idade, altura em que já participava ocasionalmente em sessões de fado.
"Eu cresci na Mouraria, fui para lá com cinco anos e os meus pais tinham um pequeno estabelecimento onde organizavam pequenas tertúlias fadistas. Comecei, desde muito pequena, a gostar do ambiente do fado. O meu pai sempre foi um grande incentivador pois achou que eu devia ser cantora. O primeiro fado que cantei foi “Os Putos” e, até aos 13 anos, sempre cantei fado. Depois deixei e cantei em bandas de soul e funk, como os Funkytown. Mas sempre que tinha oportunidade voltava a cantar fado. Há três anos atrás regressei decididamente ao fado", refere Mariza
Embora tenha cantado noutros ritmos, nunca abandonou o seu primeiro amor. Foi com uma convicção inabalável que lançou em 2001 o seu primeiro álbum "Fado em Mim", título que, assim como todos os outros, está relacionado com a forma como vive as emoções no presente. Com Fado em Mim chegou a tripla platina em Portugal e o disco serviu de trampolim para a internacionalização da fadista, sendo o seu imenso talento reconhecido.
Desde o lançamento do seu primeiro trabalho até hoje em dia, já editou mais de 6 álbuns, com a maioria a atingir os tops nacionais e internacionais. Ao longo dos anos, a fadista portuguesa deu espectáculos nas mais conceituadas salas de música do mundo inteiro, esgotando a lotação e maravilhando todos os que a ouvem. Entre alguns dos seus espectáculos, contam-se as actuações no mítico Hollywood Bowl, no Walt Disney Concert Hall com a Filarmónica de Los Angeles, na Purcell Room no Royal Festival ou no Queen Elizabeth II Hall em Londres, na Alte Oper em Frankfurt, no Olympia de Paris, no Teatro Albaniz em Madrid, em festivais de música em Chicago,  São Francisco,  Cairo,  Macau e Moscovo. Em Portugal, esgota frequentemente concertos no Centro Cultural de Belém, sendo também memoráveis alguns dos seus concertos em Monsanto,  Aveiro e no Rock in Rio. A música de Mariza já chegou hoje a quase todos os continentes do mundo.
Ao longo da sua carreira, a fadista tem também coleccionado inúmeros prémios e honras, que atestam à rápida ascensão e reputação que Mariza tem vindo a construir com base no seu valor. Em 2003 foi distinguida pela rádio britânica BBC 3 como a Melhor Artista Europeia do Ano, e no mesmo ano a associação de jornalistas estrangeiros em Portugal (AIEP) elegem a cantora como Personalidade do Ano, pela força da sua imagem no estrangeiro, entre as suas muitas distinções, contam-se dois Globos de Ouro (em 2006 e 2009) como Melhor Intérprete Individual na categoria de música, a primeira artista portuguesa a ser nomeada duas vezes para o Grammy Latino (em 2007 e 2008) na categoria de Música Folk ou o prémio da Fundação Amália Rodrigues (em 2005) que reconhece o artista português que mais representa Portugal no estrangeiro. Mariza foi também embaixadora internacional das obras de Hans Christian Anderson, embaixadora de Portugal junto da UNICEF e uma das representantes do turismo nacional no estrangeiro. A fadista continua a expandir o nome da música portuguesa pelo mundo fora, ao ser a primeira artista portuguesa a actuar no Royal Albert Hall de Londres, ao ser convidada a cantar num grande programa de televisão norte-americano ("Late show with David Letterman" em 2007) e a ser a primeira portuguesa a actuar nos famosos concertos de caridade Live 8.
Embora ainda só tenham passado 10 anos desde o lançamento do primeiro álbum de Mariza, é inegável que a fadista é hoje um dos maiores nomes de sempre da história da música portuguesa. O seu enorme talento tem-lhe permitido construir uma reputação sólida não só em Portugal, mas também no estrangeiro, sendo actualmente uma das maiores exportadoras da cultura nacional para o mundo inteiro. A cantora é um ícone da música portuguesa, e cada vez mais da música internacional. É caso para se dizer,  "silêncio que Mariza vai cantar o fado!".

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