A 16 de Dezembro de 1973 nasceu em Moçambique uma grande fadista. Aos 3 anos de idade Mariza chegou a Portugal, influenciada pelas sonoridades de um dos bairros mais populares de Lisboa. Foi na mouraria que ouviu os primeiros fadistas e se apaixonou por este género. Papel influente desempenhou também seu pai que sempre a apoiou desde os 5 anos de idade, altura em que já participava ocasionalmente em sessões de fado.
"Eu cresci na Mouraria, fui para lá com cinco anos e os meus pais tinham um pequeno estabelecimento onde organizavam pequenas tertúlias fadistas. Comecei, desde muito pequena, a gostar do ambiente do fado. O meu pai sempre foi um grande incentivador pois achou que eu devia ser cantora. O primeiro fado que cantei foi “Os Putos” e, até aos 13 anos, sempre cantei fado. Depois deixei e cantei em bandas de soul e funk, como os Funkytown. Mas sempre que tinha oportunidade voltava a cantar fado. Há três anos atrás regressei decididamente ao fado", refere Mariza
Embora tenha cantado noutros ritmos, nunca abandonou o seu primeiro amor. Foi com uma convicção inabalável que lançou em 2001 o seu primeiro álbum "Fado em Mim", título que, assim como todos os outros, está relacionado com a forma como vive as emoções no presente. Com Fado em Mim chegou a tripla platina em Portugal e o disco serviu de trampolim para a internacionalização da fadista, sendo o seu imenso talento reconhecido.
Desde o lançamento do seu primeiro trabalho até hoje em dia, já editou mais de 6 álbuns, com a maioria a atingir os tops nacionais e internacionais. Ao longo dos anos, a fadista portuguesa deu espectáculos nas mais conceituadas salas de música do mundo inteiro, esgotando a lotação e maravilhando todos os que a ouvem. Entre alguns dos seus espectáculos, contam-se as actuações no mítico Hollywood Bowl, no Walt Disney Concert Hall com a Filarmónica de Los Angeles, na Purcell Room no Royal Festival ou no Queen Elizabeth II Hall em Londres, na Alte Oper em Frankfurt, no Olympia de Paris, no Teatro Albaniz em Madrid, em festivais de música em Chicago, São Francisco, Cairo, Macau e Moscovo. Em Portugal, esgota frequentemente concertos no Centro Cultural de Belém, sendo também memoráveis alguns dos seus concertos em Monsanto, Aveiro e no Rock in Rio. A música de Mariza já chegou hoje a quase todos os continentes do mundo.
Ao longo da sua carreira, a fadista tem também coleccionado inúmeros prémios e honras, que atestam à rápida ascensão e reputação que Mariza tem vindo a construir com base no seu valor. Em 2003 foi distinguida pela rádio britânica BBC 3 como a Melhor Artista Europeia do Ano, e no mesmo ano a associação de jornalistas estrangeiros em Portugal (AIEP) elegem a cantora como Personalidade do Ano, pela força da sua imagem no estrangeiro, entre as suas muitas distinções, contam-se dois Globos de Ouro (em 2006 e 2009) como Melhor Intérprete Individual na categoria de música, a primeira artista portuguesa a ser nomeada duas vezes para o Grammy Latino (em 2007 e 2008) na categoria de Música Folk ou o prémio da Fundação Amália Rodrigues (em 2005) que reconhece o artista português que mais representa Portugal no estrangeiro. Mariza foi também embaixadora internacional das obras de Hans Christian Anderson, embaixadora de Portugal junto da UNICEF e uma das representantes do turismo nacional no estrangeiro. A fadista continua a expandir o nome da música portuguesa pelo mundo fora, ao ser a primeira artista portuguesa a actuar no Royal Albert Hall de Londres, ao ser convidada a cantar num grande programa de televisão norte-americano ("Late show with David Letterman" em 2007) e a ser a primeira portuguesa a actuar nos famosos concertos de caridade Live 8.
Embora ainda só tenham passado 10 anos desde o lançamento do primeiro álbum de Mariza, é inegável que a fadista é hoje um dos maiores nomes de sempre da história da música portuguesa. O seu enorme talento tem-lhe permitido construir uma reputação sólida não só em Portugal, mas também no estrangeiro, sendo actualmente uma das maiores exportadoras da cultura nacional para o mundo inteiro. A cantora é um ícone da música portuguesa, e cada vez mais da música internacional. É caso para se dizer, "silêncio que Mariza vai cantar o fado!".